domingo, 4 de julho de 2010

Confissão de uma dor.

Você adoeceu...
Seu corpo rejeitava tudo aquilo que lhe era dado. Seus olhos, mórbidos, mostravam alguém que já não tinha forças para abrí-los.
Ver você deitada naquela cama, sem poder se mover sozinha, me fez rever meus conceitos.
Ao acender um cigarro e assoprar aquela fumaça para fora da janela, percebi que isso, de modo indireto, acontecia com você.
Sua vida ia embora pela janela dos seus olhos a cada nascer do Sol, seu sorriso morrera junto com sua esperança.
Seu sofrimento era perceptível somente ao falar de você. Médicos e mais médicos, doutores da medicina, formados no exterior e ostentando sua
credencial e status, NENHUM..Absolutamente NENHUM conseguiu lhe tirar o sofrimento.
Estetoscópios, termometros e xaropes, tudo em vão! Tirar os doutores de casa em plena madrugada fria, era perca de tempo.
Os dias foram passando, e você piorando. Eu não pude fazer nada para lhe ajudar, eu estava estarrecido! Perdi minha fome, meu sono e minha alegria.
Mas foi no segundo mês em que tomei uma decisão, não podia mais suportar sua dor. Liguei mais uma vez para o doutor e o chamei até nossa casa.
Ele lhe deu medicamentos, entre eles, um para dormir, e foi embora.
E hoje de manhã, ao acordar e te ver naquela cama e não poder contemplar seu olhar, mesmo que triste e cansado, não poder sentir mais o seu coração
batendo e sua respiração fraca, eu tenho uma confissão a fazer...

NUNCA QUIS TANTO QUE VOCÊ SANGRASSE...

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